Geralmente no domingo á tarde, eu assisto um programa no Discovery home and health chamado “Comendo Escondido”. Basicamente, as pessoas são filmadas dentro e fora de suas casas a fim de descobrir o que estão comendo para terem aumentado tanto de peso nos últimos anos. A maioria dos indivíduos afirmam não saberem o que estão comendo para gerar o aumento de peso e o que mais tem chamado a minha atenção é o consumo de adoçantes. Além da alta ingestão de gorduras e açúcares, o consumo de adoçante tem aumentado indiscriminadamente. Será que isso também não está relacionado com o aumento de peso?
O adoçante dietético é produzido a partir de edulcorantes, substâncias naturais ou artificiais responsáveis pelo sabor doce. Eles possuem um poder de adoçamento muito maior que o do açúcar da cana (açúcar comum) e são recomendados para dietas especiais de restrição, formuladas principalmente para diabéticos e obesos. Hoje em dia os mais consumidos são:
Sacarina sódica
É o adoçante artificial mais antigo, foi descoberto em 1897 e usado desde 1900. Sua descoberta foi “à toa” pois o pesquisador em questão descobriu sem querer a substância, experimentando-a. É sintético e extraído de um derivado do petróleo
Adoça aproximadamente 300 vezes mais do que a sacarose
Não causa cáries
Possui sabor residual amargo e metálico
Sua vantagem está em ser estável à altas temperaturas, podendo ser utilizado em preparações quentes
Normalmente combinado com o ciclamato e líquido (transparente)
Ciclamato de sódio
Também é sintético e extraído do petróleo
Seu sabor adoçante é 30 vezes maior do que o açúcar
Muito utilizado em conjunto com a sacarina, principalmente na formulação de bebidas líquidas dietéticas
Também pode deixar um sabor residual amargo
Aspartame
Sintético, produzido a partir de dois aminoácidos naturais (aminoácidos são componentes das proteínas): o ácido aspártico e a fenilalanina
Seu uso está contraindicado para pessoas portadoras de uma doença congênita rara chamada “fenilcetonúria”, diagnosticada através do teste do pezinho. Por isso produtos à base de aspartame devem ter sempre indicado nos rótulos: “Atenção: contém fenilalanina”
Adoça cerca de 180 vezes mais do que o açúcar, com a vantagem de não possuir o sabor amargo. A desvantagem é que perde as propriedades de adoçar em altas temperaturas
Acessulfame-K
É um sal de potássio produzido a partir de um ácido da família do ácido acético, o nosso conhecido vinagre
Não é digerido pelo nosso corpo, ou seja, não é metabolizado.
É estável em altas temperaturas e seu poder é de 180 vezes mais doce que o açúcar
Pessoas com deficiência renal e que tem o potássio controlado devem evitar a utilização deste adoçante e de produtos que o contenham
Stévia ou estévia
Edulcorante natural,extraído de uma planta originária na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Os índios faziam chás dessa planta para adoçar os alimentos, daí ela foi descoberta
Seu sabor é de 300 vezes mais doce que o açúcar,pode possuir residual amargo e normalmente está associada com outros tipos de adoçantes
Sucralose
Aprovada pelo FDA – Food and Drug Admnistration – em todas as categorias (General Purpose), JECFA – Joint Expert Committee on Food Additivies e ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – a sucralose foi estudada por mais de 20 anos. Os estudos têm demonstrado de maneira definitiva que a sucralose é inócua à saúde, mesmo a níveis de consumo muito superiores ao necessário para adoçar, não havendo nenhum tipo de restrição ao seu consumo. Os estudos indicam claramente que a sucralose:
não possui calorias
não causa cáries
não tem efeito na secreção de insulina
não é tóxica
As pessoas diabéticas se beneficiaram muito com a descoberta do adoçante. Além delas, indivíduos que estão querendo perder peso também foram beneficiadas por conseguirem reduzir as calorias consumidas ao longo do dia. Porém, algo está equivocado. Por que a obesidade está aumentando tanto e o consumo de adoçantes também? Não deveria ser o contrário?
O problema é que a maioria compra produtos “diet” e “light” com o objetivo de reduzir o açúcar consumido. Mas não param para observar que os produtos que não contém açúcar, podem ter até mais calorias que os produtos comuns. Isso porque em alimentos como o chocolate “diet”, por exemplo, o açúcar é substituído pela gordura.
Um trabalho recente da Purdue University concluiu que o consumo de refrigerantes dietéticos pode ser uma das causas do aumento da obesidade. Segundo o artigo, ao comer e beber alimentos dietéticos, podemos estar condicionando o nosso organismo a não contar as calorias ingeridas, o que resulta no consumo aumentado de alimentos além daqueles adoçados artificialmente. Assim acabamos comendo mais e engordando mais.
Outra pesquisa realizada nos EUA concluiu que o sabor doce causado pelo consumo de sacarina estimula o sistema digestivo a se preparar para a ingestão de uma grande quantidade de calorias, porém estas calorias não são ingeridas. O organismo fica desregulado e pede mais comida ou queima menos calorias, o que provoca o aumento de peso.
Ainda um outro estudo realizado pela American Cancer Society nos anos 80 que acompanhou 78.694 mulheres, mostrou um maior ganho de peso parte do grupo que consumiam adoçantes artificiais.
Mais estudos precisam ser realizados para que os efeitos do adoçante no nosso organismo sejam comprovados. Mas se você se preocupa com a sua saúde, fique atento ás novas pesquisas e não consuma adoçantes artificias em exagero.Optar por alimentos dietéticos de nada adianta se não há uma adaptação do consumo alimentar como um todo. Essa forma de cortar calorias é inóqua se não há reeducação alimentar como um todo.

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