Na ânsia de se proteger contra uma infecção por coronavírus, muitas pessoas têm apelado para o consumo de suplementos alimentares. Existem relatos leigos de que o uso de xarope de sabugueiro, prata coloidal e óleo de orégano poderiam fortalecer o sistema imunológico. Como resultado, os consumidores, em pânico, passaram a estocar vitaminas, ervas, extratos e remédios para gripe e resfriado.
Há relatos de que as vendas de vitamina C, suplementos à base de sabugueiro, flor de cone, vitamina D, multivitamínicos e, até mesmo, de melatonina, tenham aumentado expressivamente. Isto sem falar em vários “remédios naturais” para o coronavírus que têm circulado nas redes sociais (ervas, água salgada, cremes, pastas de dente e “solução mineral milagrosa”, uma mistura de cloreto de sódio que FDA alertou ser equivalente a beber alvejante).
Existem bases para estas crenças?
- Alguns trabalhos randomizados (feitos com participantes escolhidos aleatoriamente) sugeriram que o zinco possa atrasar a replicação do vírus que causa o resfriado comum.
- Outros ensaios sugeriram que a suplementação com doses moderadas de vitamina D poderia diminuir o risco de contrair resfriado e gripe, mas o efeito é visto principalmente em pessoas que têm níveis muito baixos ou deficientes.
Por outro lado, vitaminas e suplementos de ervas também podem interagir com medicamentos prescritos, diminuindo sua eficácia ou, no caso de anticoagulantes, por exemplo, elevando as concentrações a níveis perigosamente altos.
Mais uma vez, sem nenhuma dúvida, é melhor prestar a atenção no que você está comendo. Lembrar que alimentos integrais como frutas, legumes, peixes, aves, nozes, leguminosas e leite contêm uma ampla gama de vitaminas, minerais e fitoquímicos – incluindo zinco e vitamina D – o que torna desnecessário o uso de suplementos, desde que você se alimente bem.
Baseado em artigo de Anahad O’Connor, The New York Times