Temos dois tipos de idade: a idade cronológica, definida pelo ano de nascimento e a biológica. Dois indivíduos de mesma idade cronológica podem sim apresentar idades biológicas bastante distintas, devido ao diferente ritmo de envelhecimento celular. Os estudos ainda não são conclusivos, mas há pesquisas que falam em diferenças de até 20 anos.
O grau de envelhecimento pode ser medido. Existem métodos teloméricos, proteômicos, epigenéticos, glicanos, imunológicos, entre outros, mas nenhum é perfeito, pois existem condicionantes que os podem modificar, como a genética e o ambiente.
São vários os testes disponíveis:
- medição do comprimento dos telômeros, , que consiste em um simples exame de sangue, a partir do qual são medidos os extremos dos cromossomos, que se desgastam com os anos. A idade à qual corresponda ao seu comprimento dos telômeros, no percentil 50, será a sua idade biológica, mas faltam pesquisas firmes que reforcem a precisão da idade indicada.
- O relógio epigenético, também por meio de um exame de sangue, avalia o estado de saúde a partir de modificações das células.
- Também há exames que utilizam big data para estabelecer uma idade biológica com uma simples foto da cara da pessoa, através de algoritmos preditivos.
Um recente estudo da Universidade Stanford (EUA) calculou que é aos 34 anos que o corpo começa realmente a deteriorar. Quanto à possibilidade de revertê-la, “não é algo viável neste momento”, diz Luigi Ferrucci, um dos autores.
Em setembro passado, a revista Aging Cell publicou um importante ensaio em que se conseguiu, com fármacos (metformina entre eles) , atrasar o relógio epigenético
Até as transfusões de plasma têm sido avaliadas, mas os problemas aqui são éticos. Teríamos que ser capazes de desenvolver plasma jovem in vitro, de forma industrial, já que a alternativa seria extrair sangue de crianças para transferi-lo a adultos ou idosos, o que não é ético nem tem sentido.
Enquanto isso, “a opção mais inteligente é se esforçar por tornar mais lenta a deterioração”, diz o diretor científico do NIA.
Outro problema: o processo de envelhecimento ocorre em diferentes tempos e velocidades conforme os tipos de células, tecidos, órgãos e sistemas. Assim, uma parte do corpo pode ter uma idade e outra parte, uma idade distinta.
Um recente estudo da Universidade Stanford (EUA) facilitou um pouco as coisas ao calcular que é aos 34 anos que o corpo começa realmente a deteriorar. Após analisar os níveis de proteínas do plasma sanguíneo de mais de 4.300 voluntários de 18 a 95 anos, a equipe descobriu outras duas idades cronológicas fundamentais no devir humano:
- os 60, quando algumas doenças do envelhecimento começam a aparecer, a massa óssea diminui e a deterioração física e cognitiva dão sinais;
- os 78, momento em que o declínio dos órgãos já é evidente e sua progressão dispara. Por outro lado, os cientistas, que mediram a idade biológica, disseram que o processo podia ser atrasado com uma idade menor.
Concluindo, por enquanto as recomendações são as de sempre: comer bem, deixar o cigarro, fazer exercícios e não poupar horas de sono.
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