Estudos anteriores sugerem, há alguns anos, vantagens para a saúde com uma menor ingestão de calorias por dia. Experimentos envolvendo restrição calórica tiveram sucesso em aumentar a expectativa de vida em cogumelos, moscas, vermes, peixes e mamíferos. Mas, a comprovação destes benefícios em humanos ainda carece de comprovação convincente. Agora, uma nova pesquisa dirigida pelo cardiologista e professor de Medicina William Kraus, da Universidade Duke, nos Estados Unidos volta ao tema, sugerindo a redução para pessoas: gordas, menos gordas, magras e menos magras.
A redução proposta pelo estudo gira em torno de 300 calorias por dia, não exigindo grande sacrifício de nossa parte: bastaria cortar alguns alimentos ditos como de calorias vazias, como por exemplo:
- uma porção de batatas fritas, ou
- uma fatia de pão branco em cada uma das principais refeições,ou
- 120 gramas de pizza, ou
- quatro bolachas de chocolate,ou
- três quartos de um Donut
A simples restrição diminuiria significativamente o risco cardiometabólico, a incidência de colesterol LDL alto, excesso de gordura no sangue, baixo colesterol HDL, pressão arterial alta, resistência à insulina , além da obesidade.
A pesquisa (CALERIE (Comprehensive Assessment of the Long-term Effects of Reducing Intake of Energy) envolveu 218 adultos menores de 50 anos. Iniciada em 2002, com o intuito observar em adultos, o efeito da diminuição em 25% da ingestão diária de calorias durante 24 meses. Ela conseguiu a redução média real de apenas 12%, ainda assim, até agora (a pesquisa continua em andamento), observou-se:
- redução de 10% de peso, a maior parte (71%) em gordura,
- melhoras evidentes nos registros que medem o risco de doença metabólica.
- melhora dos níveis de colesterol,
- melhora do níveis de pressão arterial,
- de lipídios plasmáticos,
- de proteína C reativa de alta sensibilidade (um marcador de risco para doenças cardiovasculares|)
- de glicose, entre outros marcadores de risco cardiovascular.
As conclusões foram publicadas no The Lancet Diabetes & Endocrinology
O ponto mais interessante, é a ênfase nas mudanças metabólicas, favorecidas pela restrição de calorias, como objetivo principal do tratamento, no lugar da perda de peso, frequentemente associada ao fracasso.
A mudança do paradigma perda de peso para o conceito de equilíbrio metabólico, embora lógico, ainda não é devidamente valorizado nem pelos médicos, nem pelos pacientes.
A restrição calórica não deve ser praticada sem orientação médica ou nutricional. Ela deve preferencialmente envolver calorias procedentes de produtos com pouco valor nutricional preservando a ingestão de grãos inteiros, integrais, hortaliças, vagens, frutas, vegetais, além de fontes proteicas de qualidade.
As calorias excluídas preferencialmente devem prover de:
- açúcares, cereais refinados,
- alimentos carentes de fibra e de absorção rápida,
- sucos, também carentes de fibra e com excesso de açúcar,
- produtos processados ricos em gorduras saturadas e trans, ruins para a saúde e ineficazes em gerar saciedade
A Organização Mundial da Saúde (OMS), lista como principais causas de morte neste século, a diabetes, enfermidades cardíacas, câncer, infarto e Doença de Alzheimer. Ela ainda reconhece a restrição calórica, sem desnutrição, como uma estratégia muito promissora para adiar o começo e o progresso dessas doenças metabólicas.
LEIA MAIS:
- CALERIE NETWORK
- Inflamm-ageing the role of inflammation in age-dependent cardiovascular disease.
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