Um maravilhoso livro,deste genial escritor mineiro, baseado na sua relação com o tomate, e na saudade da comida da mãe comparado ao amargor da comida da madrasta. Saboreiem este trecho:
“Se a chuva chovia mansa o dia inteiro, o amor da mãe se revelava com mais delicadeza. O tempo definia as receitas. Na beira do fogão ela refogava o arroz. O cheiro do alho frito acordava o ar e impacientava o apetite. A couve, ela cortava mais fina que a ponta da agulha que borda mares em ponto cheio. Depois, mexia o angu para casar com a carne moída, salpicada de salsinha, conversando com o caldo de feijão. Tudo denunciava seu amor. Nós, meninos , comíamos devagar, tomando sentido para cada gosto. Ela desconfiava que matar a nossa fome era como nos pedir para viver. A comida descia leve como o andar do gato da minha irmã.”
Alguém já viu melhor descrição de comida de mãe ?
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