Ainda como parte de nosso Especial Chocolate/Páscoa, vejam que delícia de texto:

O texto abaixo é do Grande Dicionário de Culinária Ilustrado, de
Alexandre Dumas, publicado pela primeira vez em 1873
” Dizem que a palavra chocolate tem sua origem em duas palavras mexicanas : choco, som ou barulho e atle, água, porque o povo mexicano o bate na água para escumá-lo. As damas do Novo Mundo são loucas por chocolate.”
“Conta-se que, não contentes em o degustarem em casa o dia inteiro, às vezes o levam para a igreja, sensualidade que lhes atraiu a censura e as críticas de seus confessores, os quais, porém, acabaram tomando o partido delas, desviando seu interesse para outras coisas, pois estas damas faziam a gentileza de lhes oferecer uma xícara de tempos em tempos, convite que não declinavam.

“Enfim o reverendo padre Escobar, cuja metafísica era tão sutil quanto sua moral conformista, declarou formalmente que chocolate com água não quebrava em absoluto o jejum, proclamando assim, em benefício de suas belas penitentes, o antigo adágio : Liquidum non frangit jejunium [O líquido não infringe o jejum].”
“Importado para a Espanha no século XVII, o hábito do chocolate popularizou-se instantaneamente. As mulheres, e sobretudo os monges, adotaram avidamente esta bebida nova e aromática, e o chocolate virou moda. Os costumes não mudaram sob esse aspecto, e ainda hoje, em toda a Península, é de bom tom oferecer chocolate em todas as ocasiões em que a polidez exige certa delicadeza, e isso em toda a parte e em todas as casas respeitáveis.”

“Brilliat-Savarin, em seu excelente livro sobre os Clássicos da mesa, recomenda o chocolate como uma substância tônica estomáquica e mesmo digestiva. Afirma que as pessoas que o consomem gozam de uma saúde constantemente estável, e fala do chocolate com âmbar como excelente para as pessoas cansadas por um trabalho qualquer.”
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